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A Montanha-Russa da Adolescência: Um Guia para Pais e Jovens

  • Foto do escritor: Tiago Henrique Oliveira Lima
    Tiago Henrique Oliveira Lima
  • 23 de set. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de out. de 2024



A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano extremamente importante e necessária para o adolescente estabelecer sua identidade, contudo, é marcada por desequilíbrios e instabilidades que geralmente trazem perturbações para os adultos. O adolescente começa a enfrentar o mundo adulto mesmo sem estar inteiramente preparado para ele. Já não é mais uma criança com todas as suas necessidades atendidas. Sua voz, seu rosto e todo o seu corpo está mudando, se transformando. Suas preocupações também mudam e o adolescente se vê obrigado a tomar decisões, realizar escolhas e se responsabilizar ativamente diante da vida.

Dois adolescentes sentados opostamente um ao outro se apoiando nas costas um do outro usando aparelhos eletrônicos.

Aberastury & Knobel (1981) chamam essa fase de síndrome normal da adolescência por causa das seguintes características: busca de si mesmo e da identidade; tendência a participar de grupos; necessidade de intelectualização e de fantasiar; crises religiosas; evolução sexual; atitude social reivindicatória com tendência antissocial; muitas contradições; separação progressiva dos pais e constantes flutuações do humor.

Existem muitas formas diferentes de adolescência. Não é possível analisar o ser adolescente sob uma mesma lógica já que sofrem de várias influências externas como condição socioeconômica, qualidade do ambiente familiar, escola, presença de fatores de risco em sua vida, entre outros. Ou seja, a travessia da adolescência será mais tranquila ou mais difícil de acordo com as predisposições genéticas, como a saúde do ambiente familiar e do contexto social da pessoa em desenvolvimento.

Nesse panorama, os pais enfrentam grandes desafios com seus adolescentes. Os genitores também tem seus papéis em transformação, deixando de ser pais de crianças para se tornarem pais de jovens adultos. Sua forma de ser pai, de ser mãe, deve mudar e isso nem sempre ocorre bem.

Na clínica é muito comum o atendimento a famílias em que os pais e os filhos se encontram com a conexão afetiva fragilizada. Às vezes é muito forte o conflito de opinião entre as gerações, dos quais podem surgir alguns traumas, dificuldades de aceitação e compreensão uns dos outros que, por sua vez, prejudicam a circulação do afeto entre os familiares.

Deixo duas dicas para os pais: atenção à vida social deles, pois é natural que eles busquem mais grupos de amigos e o isolamento nessa fase pode ser um alerta para possíveis transtornos. Segundo, tratem os filhos com o mesmo respeito que querem para si. Durante a fase da adolescência, entendam que é normal eles apresentarem mudanças de comportamento, afinal, estão em busca da sua própria identidade. Muitos acabam se esquecendo disso e tentam definir o futuro dos filhos de acordo com seus próprios desejos. Os pais, nessa fase, devem tomar cuidado para não perderem a conexão com seus filhos e, assim, continuarem sendo referências positivas na vida deles. Para isso, devem estar sempre dispostos a escutar e compreender o pensamento que seus adolescentes apresentam.

Lembrando que aceitação e compreensão é diferente de permitir comportamentos desrespeitosos, cruéis ou antiéticos. Adolescente continua precisando de limites e orientações. Os pais devem continuar cumprindo o papel de estimular o senso de direitos e deveres, pois adolescente que cresce sem responsabilidade, com mãe ou pai fazendo tudo por eles, tornam-se adultos frágeis, inseguros e com dificuldades em assumirem a responsabilidade e autonomia da própria vida. Vão sempre buscar atalhos. Por fim, recomendo fortemente que cuidem da conexão com os filhos criando e promovendo momentos de lazer, de trocas, de acolhimento e de aceitação, com muito almoço e jantar em família.

Abraço fraterno!




 
 
 

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